A internet está cheia de guias úteis que nos dizem quanto tempo nossa comida vai durar no freezer. Inúmeros gráficos indicam que o peito de frango cru pode ser congelado por até nove meses, enquanto o queijo só dura seis. Essas orientações oferecem proteção contra os riscos de falhas na segurança alimentar, certo?
Nem tanto.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), esses guias não são de modo algum uma referência para a segurança, pois toda comida congelada é segura para comer – desde que tenha sido segura para comer no momento em que foi congelada.
“Como o congelamento mantém a comida segura quase indefinidamente, os tempos de armazenamento recomendados são apenas para a qualidade”, diz o USDA. “Alimentos guardados de forma permanente a uma temperatura de 18 graus negativos sempre serão seguros. A qualidade somente é perdida com o tempo que ficam no freezer.”
Todos esses gráficos on-line são úteis, mas simplesmente sugerem os tempos ideais de congelamento para a melhor qualidade, não para a segurança. Por exemplo: uma banana congelada será segura para comer até o fim dos tempos, mas ela apenas manterá o sabor gostoso, a cor branca e a textura cremosa por três cerca de meses (o que, nesse ritmo, também poderia ser quando o fim dos tempos chegar).
O USDA explica por que o congelamento é um método seguro de armazenamento. “As baixas temperaturas mantêm a segurança da comida reduzindo o movimento das moléculas. Isso faz com que os micróbios entrem num estado dormente. O congelamento preserva o alimento por longos períodos porque evita o crescimento de microrganismos que o deterioram e que provocam doenças.” O frio extremo também deixa inativo qualquer bolor, levedura ou bactéria que possa haver no produto. (Mas lembre-se: quando você descongela a comida, esses micróbios podem se tornar ativos novamente).
Confira a seguir as diretrizes de congelamento do USDA e, logo depois, um guia adicional do freezerlabels.net que inclui mais ingredientes – lembre-se, esses dois gráficos se referem apenas à qualidade, não à segurança. Se você deseja informações sobre alimentos que não figuram em nenhuma dessas listas, o USDA dá algumas dicas que ajudarão a determinar a qualidade deles:
Primeiro, sinta o cheiro. Alguns alimentos adquirem um odor rançoso ou pior do que o habitual quando são congelados por muito tempo. E devem ser descartados.
Alguns alimentos não parecerão perfeitos, nem terão qualidade alta o suficiente para serem servidos sozinhos, mas podem ser ingeridos. Use-os para sopas ou guisados.
Item – Meses
Bacon e linguiça – 1 a 2
Casseroles – 2 a 3
Clara de ovo ou substitutos de ovo – 12
Pratos prontos e entradas – 3 a 4
Molhos, carnes ou aves – 2 a 3
Presunto, salsicha e frios – 1 a 2
Carne (peças cruas) – 4 a 12
Carne (bistecas ou bifes crus) – 4 a 12
Carne (moída crua) – 3 a 4
Carne (cozida) – 2 a 3
Ave (crua, inteira) – 12
Ave (partes cruas) – 9
Ave (miúdos crus) – 3 a 4
Ave (cozida) – 4
Sopas e guisados – 2 a 3
Peixe magro – 6
Peixe gorduroso – 2 a 3
Peixe cozido – 4 a 6
Peixe defumado – 2
Marisco – 2 a 3
Lagosta – 12
Camarão fresco, vieiras – 3 a 6
Manteiga – 6 a 9
Queijo cottage – 1
Sorvete – 2
Ovo (cru) – 1
Frutas (cítricas) – 3
Frutas (outras) – 9 a 12
Nozes – 3
Verduras – 8 a 12
Leite – 3 a 6
Suco (feito em casa) – 6
Suco (concentrado) – 12
Arroz (cozido) – 3
Macarrão (cozido) – 3
Frios – 1 a 2
Pizza – 1 a 2
Especiarias e ervas – 12
Refeições em bandejas – 3 a 4